Infecções Fúngicas – Conheça as 3 principais na Odonotologia

A cavidade bucal é apontada a entrada para uma grande variedade de microrganismos, os quais podem virar doenças infecciosas. Entre essas patologias, as infecções que são causadas pelos fungos são bastante recorrentes e comuns na cavidade bucal.

Algumas espécies integram a microbiota local e perante de algumas condições específicas podem vir a manifestarem sua forma patogênica. Isso faz com que as infecções fúngicas fiquem conhecidas por infecções oportunistas, ou seja, acabam se manifestando mediante condições de desequilíbrio.

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Agora vamos conhecer as 3 principais infecções fúngicas.

1- Infecções Fúngicas – Candidíase

Essa doença é conhecida popularmente como sapinho e é a infecção fúngica mais comum da cavidade bucal, além disso é causada por um fungo chamado saprófita do gênero Candida sp., que inclui 8 espécies.

Dentro das 8 espécies a mais comum é a Candida albicans, a qual faz parte da microbiota bucal na forma de levedura, não sendo patogênica.

Porém, quando acontece desequilíbrio, esses microrganismos tomam a forma filamentosa patogênica, obtendo condições para que penetre na mucosa oral.

São diversos fatores que podem predispor as condições de desequilíbrio e são divididos em 2 grupos, sendo eles os fatores gerais e locais.

Fatores Gerais

Esses fatores estão diretamente ligados à condição imunológica, sendo assim, são considerados mais sujeitos:

  • Pacientes com câncer;
  • Idosos e recém-nascidos;
  • Pacientes HIV positivos;
  • Pacientes com diabetes melito;
  • Pacientes com hipotireoidismo;
  • Pessoas que possuem outras comorbidades ou até as que estejam fazendo uso de antibióticos de largo espectro.
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Fatores Locais

Quando o assunto é fatores locais eles afetam de maneira direta a cavidade bucal e devem ser considerados:

  • Acidez salivar;
  • Xerostomia;
  • Hipossalivação;
  • Perda de dimensão vertical;
  • Utilização de próteses dentárias antigas ou com a higienização precária;
  • Entre outros.

Entenda as manifestações clínicas da Candidíase

Ela pode se apresentar de várias maneiras clínicas, diversificando de acordo com o fator predisponente.

A maneira mais conhecida é a “pseudomembranosa”, que pode se apresentar como placas brancas que remetem a “leite talhado” das quais podem ser raspadas com uma compressa de gaze ou espátula.

A candidíase é normalmente conhecida como “sapinho”, atinge principalmente a mucosa jugal, palato e dorso de língua, na maioria dos casos é indolor, podendo ocasionar alteração de paladar ou até uma sensação de queimação.

Outra maneira clínica comum é a candidíase “eritematosa”, que acaba se manifestando através de manchas avermelhadas que são associadas a uma intensa sensação de odor, principalmente na língua.

Quando ela está associada com a utilização de próteses dentárias é chamada de “estomatite protética” e apresenta pontos vermelhos na região palatina.

Outra forma de candidíase é a “queilite angular”, que remete o ângulo da cavidade bucal, gerando fissuras e áreas eritematosas na região, além disso, ela é mais comum em pessoas que apresentam perda de dimensão vertical, favorecendo o acúmulo de saliva e microrganismos no local.

Como é realizado o diagnóstico da Candidíase?

Ele é realizado geralmente com base nos aspectos clínicos, e pode ser validado através de exames como a citologia esfoliativa ou biópsia.

Tratamento da Candidíase, como é feito?

Ele inclui a utilização de medicamentos antifúngicos bem como a identificação e eliminação do fator, seja geral ou local.

Há muitos medicamentos antifúngicos, porém, vale lembrar que você precisa de um especialista para saber qual tratamento seguir.

Entenda como prevenir a Candidíase na cavidade bucal?

As medidas preventivas para evitar a candidíase são:

  • Evitar o tabagismo;
  • Diminuir a ingestão de alimentos que são ricos em açúcares e leveduras;
  • Higienização correta da cavidade bucal e das próteses dentárias;
  • Evitar o uso de antibióticos de largo espectro sem indicação;
  • Substituição de próteses antigas que possuem mais de 5 anos de uso;
  • Observar às condições sistêmicas no geral.
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2- Infecções Fúngicas – Paracoccidioidomicose

É uma doença sistêmica que é causada pelo fungo chamado Paracoccidioides brasiliensis, no qual tem como seu habitat natural o solo e vegetação rasteira.

Dessa maneira, os locais de maior ocorrência são aqueles que possuem um alto índice pluviométrico, o que faz com que essa doença seja endêmica na América Latina, com o maior número de casos descobertos no Brasil, principalmente nas regiões sudeste e sul.

Normalmente atinge trabalhadores rurais que trabalham com contato direto com o solo ou até mesmo pessoas que costumam colocar gravetos ou capins na boca.

O fungo está no solo e é inalado e acaba se instalando na região dos pulmões, portanto, a transmissão não depende de reservatórios ou vetores e não há transmissão de uma pessoa para outra.

O fungo é dimórfico e é inalado em forma de esporos e depois que consegue infectar acaba se transformando na forma de levedura, na qual é patogênica.

Entenda as manifestações clínicas da Paracoccidioidomicose

Quando há a inalação do fungo o que acaba levando à infecção mesmo que não haja a manifestação ativa da doença, afinal depende da malignidade do microrganismo, condição hormonal e imunológica.

O fungo começa provocando uma lesão pulmonar bilateral e simétrica, fazendo com que tenha um aspecto radiográfico de “asa de borboleta”, depois ele atinge a pele e a cavidade bucal, fazendo com que apareça lesões ulceradas, infiltrativas, eritematosas e de aspecto moriforme, podendo envolver a gengiva, rebordo alveolar, palato, língua e lábios.

Como é realizado o diagnóstico da Paracoccidioidomicose?

O diagnóstico não pode ser feito apenas com base nos aspectos clínicos, já que na maioria das vezes é confundida com câncer de boca, então neste caso é indicado a realização de exames complementares como a citologia esfoliativa ou biópsia.

Tratamento da Paracoccidioidomicose, como é feito?

Se não tratada, ela pode se tornar fatal, os medicamentos utilizados no tratamento são os derivados sulfamídicos, trimetropima, anfotericina B e derivados azólicos, além disso, é um tratamento prolongado e não garante a eliminação total do fungo, que pode ficar paralisado por um tempo.

Entenda como prevenir a Paracoccidioidomicose?

É recomendado a utilização de equipamentos de proteção individual para os trabalhadores rurais como luvas e máscaras, além de evitarem o hábito de colocar gravetos ou capins na boca.

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3- Infecções Fúngicas – Histoplasmose

Ela é causada pelo fundo dimórfico Histoplasma capsulatum, que é encontrado na forma de esporos nas fezes de pássaros e morcegos, e é transmitido através da inalação.

Entenda as manifestações clínicas da Histoplasmose

Na grande maioria dos casos as pessoas que são contaminadas acabam não desenvolvendo sintomas da doença, já que a sua intensidade vai depender muito do estado imunológico da pessoa, quantidade de esporos inalados e da cepa do Hitoplasma capsulatum.

Dessa maneira, a manifestação clínica pode ser classificada como:

  • Assintomática: quando a infecção é descoberta por acaso, através de exames realizados com outros propósitos;
  • Subaguda: quando há uma infecção pulmonar sintomática com um número baixo de esporos, tendo como sintomas semelhantes ao de uma gripe;
  • Aguda: há sintomas mais fortes, com febre, cansaço e tosse seca;
  • Crônica: é o estágio mais comum em pessoas que possuem doenças pulmonares preexistentes, como enfisema pulmonar e os sintomas são similares aos da tuberculose, sendo tosse, febre, dispneia, perda de peso e outros.
  • Disseminada: quando há presença de foco extrapulmonar, apresentando-se como uma maneira progressiva da doença e ocorre com mais frequência em pacientes HIV positivos ou imunossuprimidos. Além disso, suas lesões podem atingir glândulas suprarenais, fígado, baço, rins e cavidade bucal.

As manifestações bucais são menores no caso de Histoplasmose, mas podem ser a primeira manifestação da doença, além disso, as lesões bucais podem aparecer na língua, mucosa jugal, palato, aparecendo com menos frequência na região dos lábios e gengiva.

Como é realizado o diagnóstico da Histoplasmose?

Ele pode ser realizado quando associamos os aspectos clínicos com exames complementares como testes sorológicos, biópsia e outros.

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Tratamento da Histoplasmose, como é feito?

O tratamento na maneira sistêmica ou disseminada da doença é normalmente realizada com anfotericina B por via endovenosa ou com derivados imidazólicos por via oral.

Dependendo do grau de imunodeficiência e da disseminação da doença, precisa da internação do paciente.

Entenda como prevenir a Histoplasmose?

Aqui também é recomendado a utilização de equipamentos de proteção individual para os trabalhadores rurais como luvas e máscaras.

É muito importante ressaltar que, mesmo quando a manifestação clínica é identificada somente na cavidade bucal, como acontece na candidíase, uma infecção fúngica se não tratada corretamente pode evoluir para uma manifestação clínica generalizada, comprometendo todo o organismo da pessoa.

Por isso, é importante procurar um dentista de confiança para ter um diagnóstico precoce da doença e realizar o tratamento correto.

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